Sistema Nervoso e Sistema Sensorial

O sistema nervoso é o centro de controlo de todo o corpo. Os nervos são conjuntos de fibras nervosas, chamadas neurónios, que formam entre eles uma rede muito complexa. Os neurónios transportam sinais eléctricos para o cérebro e para cada uma das partes do teu corpo.
Os caminhos principais destes sinais são a medula espinhal que formam o sistema nervoso central (SNC), os restantes constituem o sistema nervoso periférico (SNP).
Sistema nervoso central (SNC)
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas as partes do encéfalo e da medula estão envolvidas por três membranas de tecido conjuntivo, as meninges. O encéfalo, principal centro de controlo, é constituído por cérebro, cerebelo, tálamo, hipotálamo e bulbo.
Encéfalo
O encéfalo é feito de milhões de células nervosas, controlando tudo o que o corpo faz, permite-nos pensar, mover, respirar e entender o mundo que nos rodeia.
O encéfalo é o órgão mais importante do sistema nervoso. Localiza-se na caixa craniana, que o protege. O encéfalo é constituído por três zonas:  
Cérebro – Sede das actividades conscientes e inteligentes do homem.
Cerebelo - Está relacionado com a manutenção da postura e do equilíbrio e com a coordenação dos movimentos.
Bolbo raquidiano  
O bolbo raquidiano está na base do encéfalo, ligando-o à medula espinal, controlando as acções automáticas do corpo, tais como respirar, piscar os olhos e engolir. Também controla o ritmo cardíaco, a tensão arterial e as acções que acompanham o riso e o choro.
O bolbo raquidiano funciona como via de comunicação entre as mensagens vindas das outras partes do encéfalo e de toda a medula.
Espinal-medula
A espinal-medula é ligada ao Encéfalo pelo Bolbo Raquidiano e é protegida pela coluna vertebral, sendo as comunicações entre a medula, cérebro e cerebelo asseguradas pelo tronco cerebral que estabelece a transmissão de informações.
A espinal medula alonga-se desde a base do crânio até dois terços das costas, a medula é constituída por células nervosas e serve de meio de comunicação às mensagens nervosas entre o encéfalo e o resto do corpo.
A espinal medula apresenta-se como um cordão esbranquiçado que se alonga a partir da base do crânio e é constituída por conjuntos de neurónios ligados ao encéfalo.

Sistema nervoso periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é constituído por todos os nervos que transportam mensagens entre o sistema nervoso central e o resto do corpo.
Nervos
Os nervos são constituídos por células especiais, os neurónios. Os impulsos nervosos viajam pelo corpo passando de neurónio em neurónio.
Os neurónios sensitivos transportam sinais dos órgãos dos sentidos, para a medula espinhal ou para o encéfalo. Os neurónios motores transportam sinais para os músculos.
Neurónios
O neurónio, ou célula nervosa é uma célula especial que pode receber e transmitir sinais eléctricos, conhecidos por impulsos nervosos. Os impulsos nervosos viajam por todo o corpo, passando de um neurónio para o outro numa só direcção, sob a forma de sinais eléctricos. Há três tipos de neurónios no nosso sistema nervoso: sensitivos, neurónios motores e neurónios conectores.


Neurónio sensitivo
Os neurónios sensitivos são células nervosas que transportam sinais dos teus órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, nariz, língua e pele) p ara o teu cérebro. Eles também transportam informação dos órgãos internos e dos músculos para o cérebro.

Neurónio conector  
Um neurónio conector é uma célula nervosa que se encontra, apenas no sistema nervoso central. Conduz impulsos entre os neurónios motores e envia mensagens entre as partes daquele sistema. Os neurónios conectores são também conhecidos como “neurónios associativos”.

Neurónio motor
O neurónio motor recebe um impulso nervoso, que é um estímulo eléctrico, através dos dendritos que passa para o corpo celular do neurónio. Esse impulso segue para o axônio, local onde haverá a despolarização e gerará um potencial de acção na célula.

Células
Todo o corpo é constituído por pequenos blocos, chamados células. A maioria das células são demasiado pequenas e só podem ser vistas ao microscópio. Células diferentes desempenham funções diferentes, mas todas elas precisam de oxigénio para se manterem vivas e funcionarem com deve ser.

Substância branca
A parte exterior da medula espinal é constituída pela substância branca, composta por fibras nervosas que transmitem mensagens para o encéfalo. A sua cor deve-se à mielina, substância de cor branca que envolve as fibras nervosas.

Substância cinzenta
A substância cinzenta constitui o núcleo interior da medula espinal. É aqui que a informação passa entre os nervos espinais e a medula espinal.
A sua cor deve-se ao facto de ser constituída por fibras curtas e corpos celulares sem mielina. 


Doenças do sistema nervoso
Alzheimer
Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar as mais pequenas tarefas, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre acamados.
Não há tratamento específico para a doença propriamente dita, mas existem alguns cuidados a ter em atenção para o melhoramento da vida do doente.

Parkinson
A doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, que provoca rigidez dos músculos, tremores, redução da mobilidade e desequilíbrio. As células de uma parte do cérebro são destruídas, por isso os movimentos dos pacientes são comprometidos.
Actualmente não existe cura para esta doença mas várias medidas terapêuticas podem proporcionar o alívio dos sintomas.


Esclerose Múltipla
Doença progressiva do sistema nervoso central em que a mielina do cérebro e da espinal medula é destruída. Esta destruição ocorre geralmente sob a forma de placas. A gravidade desta doença varia muito de pessoa para pessoa.
Está ainda em curso a procura de uma cura. Os doentes são encorajados a adoptar uma perspectiva optimista e a levar uma vida tão activa quanto permitirem as suas incapacidades.

Os cinco sentidos

O corpo humano é a mais perfeita máquina já construída e é formado por diversas partes que se relacionam entre si, ou seja, os vários sistemas que formam nosso organismo dependem um do outro para realizarem suas actividades. Milhares de reacções químicas acontecem a todo o momento e são responsáveis pela manutenção e o funcionamento perfeito do nosso corpo.
 O corpo humano vem se transformando e evoluindo para se adaptar aos diversos ambientes que o homem foi conquistando com o passar do tempo.
Os sentidos são a porta de ligação do nosso meio interno com o ambiente. Por meio dos sentidos, o organismo pode perceber as coisas que nos rodeiam e mandar as mensagens necessárias para nossa melhor adaptação, contribuindo assim, com a sobrevivência e a integração do ser humano com o ambiente no qual ele está inserido.

A Visão
A visão é um dos cinco sentidos que permite aos seres vivos dotados de órgãos adequados, aprimorarem a percepção do mundo.
No entanto, os neuroanatomistas consideram que a visão engloba dois sentidos, já que são diferentes os receptores responsáveis pela percepção da cor (i.e. pela estimativa da frequência dos fotões de luz) os cones, e pela percepção da luminosidade (i.e. pela estimativa do número de fotões de luz incidente) os bastonetes.
Os olhos são os órgãos sensoriais da visão, os olhos capturam a luz que incide sobre as retinas dos olhos que é uma superfície parabólica de tecido vivo formado por células fotorreceptoras de luz que captam a luz e transformam essa energia luminosa em impulsos nervosos que adentram pelo nervo óptico que leva essas informações para o cérebro, para que lá sejam interpretadas essas sensações luminosas, ou seja os olhos captam as imagens mas quem vê mesmo é o cérebro, ver com o cérebro o que significam aquelas luzes captadas pelos olhos, interpretar as formas e as cores contidas nas imagens que estão sendo captadas pelos olhos durante a visão. Por isso, no sentido mais amplo da palavra visão (de percepção visual), esta requer a intervenção de zonas especializadas do cérebro no córtex visual que analisam e sintetizam a informação recolhida em termos de forma, cor, textura, relevo, etc. A visão é por isso a percepção das radiações luminosas, compreendendo todo o conjunto de mecanismos fisiológicos e neurológicos pelos quais essas radiações determinam impressões sensoriais de natureza variada, como as cores, as formas, o movimento, a distância e as intensidades das luzes visualizadas no ambiente. O olho é a câmera deste sistema sensorial e é no seu interior que está a retina, composta de cones e bastonetes, onde se realizam os primeiros passos do processo perceptivo. A retina transmite os dados visuais, através do nervo óptico e do núcleo genicular lateral, para o córtex cerebral. No cérebro tem então início o processo de análise e interpretação que nos permite reconstruir as distâncias, cores, movimentos e formas dos objectos que nos rodeiam.

Doenças dos olhos
       O astigmatismo é uma deficiência visual, causada pelo formato irregular da córnea ou do cristalino formando uma imagem em vários focos que se encontram em eixos diferenciados. Uma córnea normal é redonda e lisa. Nos casos de astigmatismo, a curvatura da córnea é mais ovalada. Este desajuste faz com que a luz se refracte por vários pontos da retina em vez de se focar em apenas um. Para as pessoas que sofrem de astigmatismo, todos os objectos próximos e longes ficam distorcidos. As imagens ficam embaçadas porque alguns dos raios de luz é focalizada e outros não. A sensação é parecida com a distorção produzida por um pedaço de vidro ondulado.
O astigmatismo é hereditário e pode ocorrer em conjunto com a miopia, hipermetropia ou presbiopia. Um astigmatismo ligeiro pode desenvolver-se ao longo dos anos, devido à alteração da curvatura da córnea, provocada pelos milhares de pestanejamentos diários. Pessoas que sofrem de astigmatismo podem corrigir sua visão com o uso de uma lente oftálmica chamada tórica ou cilíndrica (que faz com que os raios de luz se concentrem em um plano único), em óculos ou lentes de contacto. Podem, ainda, se valer de cirurgia a laser ou do procedimento conhecido como ceratotomia astigmática.
       O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.
Actualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse distúrbio. Há porém, uma empresa americana fabricando lentes que permitiriam a distinção de cores pelos daltónicos. Elas seriam selectivas quanto à passagem de luz, bloqueando o necessário para corrigir defeitos da visão. Mas alguns estudiosos ainda encaram a iniciativa com reservas alegando que não há estudos científicos que reconhecidamente indiquem o método.
Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo. O número 8 é visível para as pessoas de visão normal.
Outras doenças
       Cegueira é a falta do sentido da visão. A cegueira pode ser total ou parcial; existem vários tipos de cegueira dependendo do grau e tipo de perda de visão, como a visão reduzida, a cegueira parcial (de um olho) ou o daltonismo.
Relógio para deficientes visuais.

   Miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes de esta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objectos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem desfocados.
       Hipermetropia é o nome dado ao erro de focalização da imagem no olho, fazendo com que a imagem seja formada após a retina. Isso acontece principalmente porque o olho da hipermetropia é um pouco menor do que o normal
       Estrabismo corresponde à perda do paralelismo entre os olhos. Pessoas com estrabismo são chamadas popularmente de "vesgas". O estrabismo é corrigido com óculos ou cirurgia e protector ocular
       Optometria é uma ciência da área da saúde, com base na física. A profissão existe no mundo há mais de cem anos, sendo praticada em mais de 130 países (inclusive nos EUA, Japão e Europa).
Um homem adulto pisca os olhos 24 vezes por minuto. Entre os cinco e dez anos, esse número é quatro vezes menor. As pálpebras funcionam como limpadores de pára-brisas. O piscar lava os olhos, espalha e mistura o líquido lacrimal. Quando se está muito cansado, o número de piscadelas pode subir para quarenta. Durante a leitura pisca-se menos. É possível tentar ficar sem piscar por alguns minutos. O limite geralmente é quatro minutos. Cada piscadela dura apenas cinquenta milésimos de segundo. Considerando as 24 piscadelas, portanto, ficamos 1,2 segundos sem ver a cada minuto.

O olfacto


O olfacto é um dos cinco sentidos básicos e refere-se à capacidade de captar odores com o sistema olfactivo.
No homem e demais animais superiores, o órgão olfativo se forma a partir de um espessamento epidérmico situado na região etmoidiana do crânio, a neurorecepção somente será activada após as moléculas das substâncias odoríferas serem dissolvidas no muco que recobre a membrana pituitária.
As principais disfunções olfactivas são:
       Anosmia (ou anodmia) perda ou diminuição drástica do olfacto;
       Cacosmia alucinação olfactiva transitória, onde o indivíduo percebe cheiros desagradáveis;
       Fantosmia espécie de cacosmia, onde dá-se a percepção de cheiros (bons ou ruins), sem estímulo efectivo do olfacto.
       Hiperosmia excitação exagerada e anormal do olfacto; Capacidade muito aguçada do olfacto, apesar de rara, pode ser encontrada em casos de nevralgia do trigêmio, em enxaquecas, tétano e depressão. As vezes, ela adquire o carácter de um desenvolvimento fisiológico excessivo. Os pacientes que sofrem deste transtorno percebem odores estranhos que passam despercebidos às pessoas normais.
CAUSAS DE HIPEROSMIA Meningite assépticas; Enxaqueca; Indivíduos neuróticos; Fumo excessivo, ingestão de sulfato de anfetamina ou uso prolongado de cocaína podem causar hiperestimulação do olfacto com sua perda temporária ou permanente.
       Parosmia perversão do olfacto; é uma sensação distorcida do olfacto, geralmente resultando em sensação de cheiros que não existem ou cheiros desagradáveis.



O ser humano é capaz de perceber mais de 10 mil diferentes odores, cada qual definido por uma estrutura química diferente. Não é de graça, portanto, que o olfato tem grande participação no gosto que sentimos nas comidas. Assim, grande parte daquilo que identificamos como “gosto” é, essencialmente, aroma!
O aroma, nada mais é do que sustâncias químicas suspensas no ar e solúveis em água ou gordura. Todo o mecanismo de processamento dessas substâncias em cheiros constitui o olfato. Materiais que contém essas substâncias solúveis (materiais odorosos), excitam os receptores conhecidos como bastonetes olfativos, células localizadas no alto da cavidade nasal. Cada ponta de bastonete tem diversas estruturas diminutas semelhantes a fios de cabelo, chamadas cílios. Quando uma substância química entra em contato com a mucosa olfativa, ela é dissolvida, resultando numa molécula do cheiro que reage com os cílios das células sensoriais. Esse contato provoca uma reação química, produzindo um impulso elétrico. Os nervos olfatórios, feixes formados por milhões de fibras, fazem esse impulso elétrico chegar até os lobos frontal e temporal, duas regiões do cérebro que traduzem a substância em cheiro.
O fato é que o cheiro exerce um papel fundamental nos processos de interação sócio-afetiva entre seres humanos. Por exemplo, bebês com menos de uma semana de idade podem distinguir entre o cheiro da própria mãe e o de estranhos. O olfato pode também actuar no comportamento sexual de homens e mulheres. Alguma evidência desse fato provêm da especial sensibilidade de mulheres a compostos semelhantes a almíscar. Há muito tempo, acreditou-se que esses compostos eram secretados por homens sexualmente responsivos. E, muito apropriadamente, a sensibilidade da mulher atinge seu pico quando os hormônios sexuais femininos (estrogênios) atingem seu nível máximo, estando as mulheres mais propensas à fertilidade. As mulheres com ciclos menstruais regulares atingem um pico de produção de substâncias químicas similares durante a ovulação, mas de que forma essas substâncias afetam os machos. O interessante dessa relação entre cheiro, emoção e memória é que: como cada um de nós tem um cheiro próprio, e como cada interação com um outra pessoa nos provoca emoções, tendemos a associar à lembrança que temos de alguém a um odor específico. Assim, quando sentimos o cheiro que remete à emoção provocada por àquela pessoa, sentimos as mesmas emoções que tínhamos, ou temos, quando estamos com ela. Ou seja, é quase impossível dissociar cheiro de afeto!da nossa espécie ainda é desconhecido.


Audição
 O sistema auditivo humano normal pode distinguir cerca de 400.000 sons diferentes, alguns fracos o suficiente para mover a membrana timpânica tão pouco quanto um décimo da molécula de hidrogénio.
Um exemplo dessa propriedade é que uma pessoa pode ouvir desde o som de um mosquito numa tarde silenciosa de verão ou de um avião a jacto que aparece a voar no céu. Aqui estão dois sons diferentes tanto em intensidade como em características, que o sentido da audição humano pode reconhecer e rotular. O ouvido humano registra sons que vão desde 20 Hz (Hertz) até 20000 Hz.
A audição funciona da seguinte maneira: o som propaga-se produzindo ondas sonoras que se deslocam até atingir a orelha. O mecanismo da audição transforma estas ondas em sinais eléctricos que transmite como mensagens, através do nervo auditivo para o nosso cérebro que as interpreta.
O aparelho auditivo humano é dividido em três partes cada uma com suas funções próprias sendo as três indispensáveis para o bom funcionamento da audição: ouvido externo ou orelha, ouvido médio e ouvido interno.
A orelha ou pavilhão é formada por uma lâmina de cartilagem elástica de formato irregular, recoberta por uma fina camada de pele. Possui várias depressões e elevações, sendo a concha a maior depressão. A margem elevada da orelha é chamada de hélice, e, localizada logo abaixo da hélice se encontra a escafa ou fossa escafóide, que é uma longa depressão que se encontra logo abaixo da hélice. Abaixo da escafa, se encontra uma elevação chamada anti-hélice, que termina bifurcada em dois ramos, encontrando-se uma fossa entre eles, chamada de fossa triangular ou navicular. O lóbulo é um apequena porção de tecido mole que se encontra na região inferior do pavilhão. Localizados superiormente ao lóbulo, encontram-se o trago e o anti-trago, o primeiro localizado logo na abertura do meato acústico externo e o segundo, logo acima do lóbulo.
A função principal do pavilhão auditivo é coletar sons, agindo como um funil e direccionando o som para o conduto auditivo. Outra função é a filtração do som, processo este que ajuda a localizar a origem dos sons que chegam ao indivíduo. Além disso, no caso dos humanos, o processo de filtração selecciona sons na faixa de frequência da voz humana facilitando o entendimento.
Já o conduto auditivo externo tem a função de transmitir os sons captados pela orelha para o tímpano além de servir de câmara de ressonância ampliando algumas frequências de sons. Ele é constituído por cartilagem no terço lateral e osso nos dois terços mediais.




Perfuração do tímpano

O tímpano pode ser perfurado por objectos colocados dentro do ouvido, como uma zaragatoa, ou por objectos que entram acidentalmente no ouvido, como um raminho ou um lápis. O tímpano também pode ser perfurado pela acção de um aumento repentino da pressão (como o causado por uma explosão, uma pancada ou um acidente ao nadar ou ao mergulhar) ou de uma brusca redução da pressão. Um objecto que penetra no tímpano pode deslocar a cadeia de ossículos do ouvido médio ou pode fracturar o estribo (um desses ossículos). Partes dos ossículos partidos ou do próprio objecto podem penetrar no ouvido interno.
Sintomas
A perfuração do tímpano pode causar uma dor aguda, seguida de uma hemorragia no ouvido, perda da audição e tinnitus (zumbidos no ouvido). A perda da audição é mais grave se a cadeia de ossículos se romper ou se o ouvido interno ficar lesionado. A lesão do ouvido interno também pode provocar vertigem. O ouvido pode começar a drenar pus num prazo de 24 a 48 horas, sobretudo se entrar água no ouvido médio.
Tratamento
Regra geral é administrado um antibiótico por via oral para evitar a infecção. O ouvido mantém-se seco. Se o ouvido se infectar, podem ser utilizadas gotas ópticas com antibiótico. Normalmente o tímpano cura-se sem mais tratamento, mas se tal não acontecer ao fim de 2 meses, pode ser necessário recorrer à cirurgia para o reparar (timpanoplastia).
Uma perda persistente de audição condutiva sugere uma ruptura nos ossículos, que pode ser reparada cirurgicamente. Uma perda de audição neuro-sensorial ou uma sensação de vertigem que persista mais do que umas horas depois de uma lesão sugere que algo entrou no ouvido médio. Neste caso costuma desenvolver-se um procedimento chamado timpanotomia para inspeccionar a área e reparar a lesão.
Miringite infecciosa

A Miringite infecciosa é uma inflamação do tímpano por infecção bacteriana ou viral.
No tímpano aparecem pequenas bolhas cheias de líquido (vesículas). A dor começa inesperadamente e dura entre 24 e 48 horas. Se a pessoa tiver febre e perda de audição, a infecção é provavelmente bacteriana.
Esta infecção costuma ser tratada com antibióticos. São administrados analgésicos ou então rebentam-se as vesículas para aliviar a dor.
Otite média aguda
A otite média aguda é uma infecção bacteriana ou viral que se desenvolve no ouvido médio.
Apesar de esta doença poder manifestar-se em pessoas de qualquer idade, é muito comum nas crianças pequenas, particularmente entre os 3 meses e os 3 anos de idade. Em geral, manifesta-se como uma complicação de uma constipação comum. Os vírus ou as bactérias da garganta podem chegar ao ouvido médio através da trompa de Eustáquio ou, ocasionalmente, através da corrente sanguínea. A otite média viral costuma ser seguida de uma otite média bacteriana.
Sintomas
Em geral o primeiro sintoma é uma dor de ouvido persistente e forte. Pode manifestar-se uma perda de audição temporária. As crianças pequenas podem ter náuseas, vómitos, diarreia e febre até 40,5ºC. O tímpano inflama-se e pode inchar. Se o tímpano rebentar, a secreção do ouvido pode conter sangue ao princípio e depois tornar-se um líquido claro até se converter, finalmente, em pus.
As complicações graves abarcam as infecções do osso circundante (mastoidite ou petrosite), a infecção dos canais semicirculares (labirintite), a paralisia facial, a perda de audição, a inflamação da membrana que reveste o cérebro (meningite) e os abcessos cerebrais. Os sintomas de complicação são dor de cabeça, uma profunda e repentina perda de audição, vertigem, calafrios e febre.
 Diagnóstico e tratamento
O médico examina o ouvido para fazer o diagnóstico. Se sai pus do ouvido ou alguma outra secreção (corrimento), envia-se uma amostra para o laboratório, onde é examinada para identificar o agente que provoca a infecção.
A infecção trata-se com antibióticos administrados por via oral. A amoxicilina costuma ser o primeiro antibiótico que se emprega em pessoas de qualquer idade, mas para os adultos pode ser prescrita penicilina em grandes doses. Também se podem utilizar outros antibióticos. Tomar medicamentos para a constipação que contenham fenilefrina pode ajudar a manter aberta a trompa de Eustáquio, e os anti-histamínicos são de grande ajuda para as pessoas alérgicas. Se a pessoa tiver uma dor aguda ou persistente, febre, vómitos ou diarreia, ou então se o tímpano se inflamar, o médico pode recorrer a uma miringotomia, em que se faz uma abertura através do tímpano para permitir que o líquido saia do ouvido médio. Esta abertura, que não afecta a audição, cura-se por si só.
Mastoidite aguda

A mastoidite aguda é uma infecção viral da apófise mastóide, o osso saliente que se encontra por trás do ouvido.
Otite média e infecção da mastóide
A otite média pode espalhar-se e provocar uma infecção da mastóide.

Esta doença costuma ocorrer quando uma otite média não tratada, ou tratada inadequadamente, se propaga desde o ouvido médio até ao osso que o rodeia (a apófise mastóide).
Sintomas
Em geral, os sintomas aparecem duas ou três semanas depois de se ter desenvolvido a otite média aguda, à medida que a infecção disseminada destrói a parte interna da apófise mastóide. É possível que se forme um abcesso no osso. A pele que reveste a apófise mastóide pode tornar-se vermelha, inchada e dolorosa, e o ouvido externo desloca-se para um lado e para baixo.
Outros sintomas são a febre, a dor à volta do ouvido e, no seu interior, uma secreção profusa e cremosa espalhada pelo ouvido, situação essa que tende a agravar-se. A dor tem tendência para ser persistente e pulsátil. A perda de audição é progressiva.
A tomografia axial computadorizada (TAC) demonstra que as células pneumáticas (os espaços no osso que normalmente contêm ar) da apófise mastóide estão cheias de líquido. À medida que a mastoidite avança, os espaços alargam-se. Uma mastoidite mal tratada pode provocar surdez, infecção do sangue (sepse ou sepsia), meningite, abcessos cerebrais ou a morte.
Tratamento
O tratamento costuma começar com um antibiótico que se administra de forma endovenosa. Examina-se uma amostra da secreção proveniente do ouvido para identificar o agente que provoca a infecção e determinam-se os antibióticos que com maior probabilidade eliminarão o referido agente. Em seguida, o tratamento com antibiótico é definido e mantém-se pelo menos por duas semanas. Se se tiver formado um abcesso no osso, é drenado cirurgicamente.
Otosclerose

A Otosclerose é uma doença na qual o osso que rodeia o ouvido médio e interno cresce em excesso, imobilizando o estribo (o osso do ouvido médio ligado ao ouvido interno) e impedindo a correcta transmissão dos sons.
A Otosclerose, uma doença hereditária, é a causa mais comum de perda auditiva condutiva nos adultos cujos tímpanos são normais. Também pode provocar uma perda auditiva neural se o crescimento do osso perfurar e danificar os nervos que ligam o ouvido interno ao cérebro. Cerca de 10 % dos adultos apresentam sinais de Otosclerose, mas só 1 % desenvolve perda auditiva condutiva em consequência dela. Esta doença torna-se evidente pela primeira vez no fim da adolescência ou nos primeiros anos da idade adulta.
A extracção do estribo por microcirurgia para o substituir por um osso artificial restabelece a capacidade auditiva na maioria dos casos. Algumas pessoas podem optar por usar um dispositivo que facilite a audição em vez de se submeterem à cirurgia.

Paladar


Dentre os cinco sentidos, o paladar tem uma relação estreita com os objectos da Química, por ser um dos sentidos especializados em detectar determinadas características de substâncias químicas. Os receptores do paladar, em geral, detectam substâncias dissolvidas.
O paladar é o sentido que está directamente relacionado aos alimentos, daí entender a composição dos mesmos passa a ser importante. Além disso, para entender esta questão vale a pena retomar conceitos anteriormente estudados, como materiais e substâncias, e o respectivo aprendizado que os alunos possuem sobre eles, permitindo que os conceitos evoluam.
A língua é um órgão que apresenta muitas saliências denominadas papilas gustativas. Nas papilas estão localizados os botões aagustativos, que são formados por muitas células (em torno de 25 a 40). Além disso, a língua é um importante órgão para a articulação das palavras.
A sensação do paladar depende da activação de quimiorreceptores localizados nas papilas gustativas ou linguais. Em cada papila são encontradas células quimiorreceptores (em torno de 50 a 150), células de sustentação e células basais.
Os receptores que indicam diferentes tipos de estímulos químicos podem ser chamados de botões gustativos. Como outros tipos de células “superficiais” do corpo, os botões gustativos são continuamente desgastados e substituídos.
As células que passam a ocupar seus lugares se originam do processo de divisão celular que ocorre com as células basais localizadas próximo à base da papila gustativa.
A maioria dos botões gustativos localiza-se nas papilas da língua. Alguns botões, em menor quantidade, situam-se no palato mole (superfície da epiglote voltada para a laringe). Cada botão gustativo apresenta uma pequena abertura: o poro gustativo, que pode ser visto na figura ao lado.
Para desempenhar suas funções, a língua conta com a cooperação de outros sentidos: do olfacto, muito mais sensível, para reconhecer as propriedades químicas de um alimento, e do tacto que informa sobre a textura, a temperatura e a consistência daquilo que é colocado na boca. Caixa de texto: Um bebé tem mais botões gustativos do que um adulto. O número desses botões diminui com a idade. Os idosos tendem a não perceber tão bem o gosto do alimento e, com isso, alguns deles perdem até o interesse pela comida.
No entanto os estímulos conhecidos como paladar são misturas de quatro sabores básicos: salgado, doce, azedo e amargo, que são assim estimulados:

Azedo
O gosto azedo é causado pelo anão dos ácidos, e a intensidade da sensação gustativa depende da concentração do íon hidrogénio. Isto é, quanto mais azedo o ácido, mais forte é a sensação.
Salgado
O salgado é provocado por sais ionizados. Sua qualidade vária um pouco de um sal para outro, porque os sais provoca outras sensações gustativas além do salgado. Os cátions dos sais são os principais responsáveis pelo gosto salgado, mas os ânions também participam dessa sensação.
Doce
O doce não é causado por alguma categoria única de substância química. Alguns tipos de substâncias que causam o gosto incluem açúcares, álcoois, aldeídos, glícidos, cetonas, amidas, ésteres, aminoácidos e outros.
Amargo
O sabor amargo, a exemplo do doce, não é causado por uma única substância química. As substâncias que dão um gosto amargo são quase que inteiramente orgânicas, como as substâncias orgânicas de cadeia longa que contêm nitrogénio e os alcalóides.
Definição:
Redução do paladar que varia desde a distorção até a perda completa do paladar.

Considerações gerais:
A língua pode "perceber" somente sabores doces, salgados, azedos e amargos. Muito do que é percebido como "gosto" é na verdade cheiro.
Os distúrbios do paladar podem ser causados por qualquer coisa que interrompa a transferência dos estímulos de sabor para o cérebro, ou por condições que afectam a maneira pela qual o cérebro interpreta os estímulos.
Causas comuns:
Resfriado comum. Infecção nasal devido a infecção (como as infecções das glândulas salivares), pólipos, etc. Gripe. Faringite viral. Boca seca. Envelhecimento (o número de papilas gustativas diminui com a idade). Tabagismo excessivo (especialmente o cachimbo) que causa ressecamento da boca. Deficiência de vitaminas (vitamina B12) ou de minerais (zinco na dieta). Lesões na boca, nariz ou na cabeça. Gengivite. Efeitos colaterais de medicamentos como os antitireóideos, captopril, griseofulvina, lítio, penicilamina, procarbazina, rifampicina, vinblastina ou vincristina. Paralisia de Bell. Síndrome de Sjogren. Faringite estreptocócica (infecção da garganta por estreptococos).


Tacto
O tacto ou tacto é um dos cinco sentidos clássicos propostos por Aristóteles, porém os especialistas dividem ele em quatro outros sentidos: Sistema somatosensorial (identificação de texturas), Propriocepção ou Cinestesia (reconhecimento da localização espacial do corpo), Termocepção (percepção da temperatura) e Nocicepção (percepção da dor). Geralmente associado apenas com a pele, na verdade inclui vários órgãos diferentes como o labirinto e medulas.



Os cegos utilizam muito o tacto para conseguirem superar as dificuldades devidas à falta do sentido da visão: usam, por exemplo, uma bengala que serve como extensão do braço; a leitura em Braille também usa este sentido. Uns estudos feitos comparando desenhos feitos por cegos com os feitos por pessoas com visão normal indicam que a percepção dos objectos através do tacto permite uma leitura de mundo muito semelhante excluindo apenas a cor e distância. Pessoas com visão normal não conseguiram diferenciar desenhos feitos por cegos de desenhos feitos por videntes
A semelhança dos desenhos é tão significativa que até mesmo testes psicológicos baseados no desenho como o Procedimento de Desenhos-Estórias pode ser eficazmente aplicado mesmo em cegos desde o nascimento.
Uns dos cinco sentidos que o corpo tem, para que possamos explorar o mundo, ao primeiro toque, somos capazes de descrever o que está em nossas mãos. Podendo assim descrever sua textura, forma e sua temperatura.



O tacto é muito importante para a protecção física e o posicionamento do corpo, porém ele não é distribuído uniformemente pelo corpo.
Nos dedos da mão existe uma diferença muito maior do que as demais partes, pois algumas partes são mais sensíveis ao calor.
Na percepção táctil estão presentes alguns factores como:
 Discriminação táctil: tem a capacidade de distinguir se os objectos são grandes ou pequenos; Percepção de calor; Percepção da dor.