Sistema Muscular

O sistema muscular é um conjunto de órgãos (músculos) que lhes permite moverem-se, tanto externa, como internamente.
O sistema muscular dos vertebrados é formado por três tipos de músculo: cardíaco, estriado e liso. Os músculos estriados são controlados pela vontade do homem, e por serem ligados aos ossos permitem a movimentação do corpo. Os músculos lisos são involuntários e trabalham para movimentar os órgãos internos (exemplo: movimentos do esófago). O músculo cardíaco é um músculo estriado, que move o coração; no entanto, possui como característica não estar sobre qualquer controlo voluntário, sendo por isso colocado à parte.
O movimento dos músculos é controlado pelo sistema nervoso. Existem mais de 650 músculos no corpo humano.
O sistema nervoso recebe as informações do corpo e reage de acordo com elas. Facilmente se percebe que qualquer problema ou alteração existente no corpo afecta o sistema nervoso.

Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contracção dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

Músculo estriado: é enervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sobre um controlo consciente, chama-se músculo voluntário. As contracções do músculo estriado permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco precisa de controlo voluntário. É enervado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo cardíaco ou miocárdio
Forma as paredes do coração, não está sujeito ao controle da vontade, tem aspecto estriado.
Suas fibras se dispõem juntas para formar uma rede contínua e ramificada. Portanto, o miocárdio pode contrair-se em massa.
O coração responde a um estímulo do tipo " tudo ou nada", daí que se classifique como unitário simples. O músculo cardíaco contrai-se ritmicamente 60 a 80 vezes por minuto.

O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.

Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrones (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a ideia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo-esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
Contracção muscular
A fibra muscular está formada por cadeias que se deslizam para encurtar a fibra muscular. Entre elas há a miosina e a actina, que constituem os filamentos grossos e finos, respectivamente. Quando um impulso chega através de uma fibra nervosa, o músculo contrai-se.
Quando uma fibra muscular se contrai, encurta-se e alarga. Seu comprimento diminui a 2/3 ou à metade. Deduz-se que a amplitude do movimento depende do comprimento das fibras musculares. O período de recuperação do músculo-esquelético é tão curto que o músculo pode responder a um segundo estímulo quando ainda perdura a contracção correspondente ao primeiro. A superposição provoca um efeito de esgotamento superior ao normal.
Depois da contracção, o músculo recupera-se, consome oxigénio e elimina bióxido de carbono e calor em proporção superior à registada durante o repouso, determinando o período de recuperação.
O fato de que consome oxigénio e libera bióxido de carbono sugere que a contracção é um processo de oxidação mas, aparentemente, não é essencial, já que o músculo pode se contrair na ausência de oxigénio, como em períodos de acção violenta; mas, nesses casos, cansa-se mais rápido e podem aparecer cãibras.

 
Doença do sistema muscular


A distrofia muscular progressiva é uma doença de carácter hereditário, sendo a sua principal característica a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, causando a sua morte.
Distrofia muscular é o termo amplo usado para designar um grupo de doenças genéticas que afectam os músculos causando fraqueza. Essa fraqueza muscular, dependendo do tipo de distrofia, afecta grupos de músculos diferentes e tem velocidade de degeneração variável.
De uma forma geral a distrofia muscular é considerada rara, sendo a distrofia muscular de Duchenne a forma mais comum dentre elas, afectando cerca de um em cada três mil meninos.
Para um outro tipo de distrofia muscular, a de Becker, cujos sintomas e sinais são semelhantes aos da de Duchenne, mas com início mais tardio e de evolução menos severa, estima-se uma frequência de um em cada trinta mil meninos.

Sintomas

De uma forma geral o aparecimento dos primeiros sintomas da distrofia são percebidos pelos próprios pais, o que no caso de Duchenne ou Becker costuma ocorrer na faixa dos três aos cinco anos de idade, mas isso pode variar, como tudo na biologia.
Normalmente nota-se um atraso de desenvolvimento com relação às outras crianças da mesma idade, desequilibram-se e caem com facilidade, têm dificuldades para correr, subir escadas, levantar-se do chão e cansam mais rapidamente. Começam também a caminhar na ponta dos pés, devido ao surgimento de contraturas nos tendões de Aquiles (o que faz com que tenham um gingado incomum ao andar) e para manter seu centro de gravidade, posicionam-se com a barriga para frente e os ombros para trás, provocando uma lordose.
Para concluir-se um diagnóstico são necessários alguns testes específicos. Primeiramente verificam-se os níveis de uma enzima muscular chamada cretina Kinase que tem níveis relativamente baixos no sangue em condições normais, mas aumentam muito sua concentração quando ocorre a degeneração muscular e a enzima invade a corrente sanguínea.

Tratamento

 Não há tratamento específico para as distrofias. Há 10 anos atrás a única medida terapêutica era a fisioterapia. Inúmeras pesquisas têm sido feitas nos últimos anos para se obter a cura da doença. As linhas de pesquisa voltam-se para a terapia genética ou para a terapia medicamentosa. A terapia genética procederá com a transferência do gene da distrofia, ou em parte dele, para cada célula muscular, ou da correcção do defeito genético por técnicas especializadas. A terapia medicamentosa realizar-se-á com drogas, que não tem acção sobre o gene, que actuariam na célula muscular bloqueando a sua degeneração. Muitos progressos têm sido feitos nas duas possibilidades de tratamento.